Redes Sociais e Saúde Mental

Hoje vim compartilhar algo que tenho observado nas redes sociais: o aumento de pessoas tentando mostrar uma vida perfeita. Embora pareça um assunto já discutido, percebo que esse movimento está ganhando força. Vejo uma busca constante em exibir como são saudáveis, divertidas e bem-sucedidas. Claro, ninguém espera que as redes sociais sejam o espaço para compartilhar todos os problemas, mas noto que muita gente está presa nessa necessidade de aparentar que tudo está impecável. Isso, inevitavelmente, gera frustração, porque essa vida perfeita que vemos por aqui não é real. E quando precisamos enfrentar a realidade, isso pode trazer frustração, desânimo e até mesmo desesperança. Esse é o ponto de reflexão deste vídeo.

As redes têm influenciado bastante nossa saúde mental, principalmente com essa lógica de produtividade e positividade sempre presente. No Instagram, TikTok e afins, a gente vê um fluxo sem fim de imagens e histórias de uma “vida perfeita”, que refletem a pressão de sempre ser produtivo e feliz.

Essa lógica neoliberal de foco no máximo rendimento, resultados rápidos e visíveis acabou moldando o comportamento das pessoas, o que se reflete nas redes sociais. Muitos reforçam a ideia de que é preciso ser produtivo em todas as áreas da vida: ter o corpo perfeito, a carreira dos sonhos e relacionamentos dignos de contos de fadas. Além disso, há a positividade tóxica, aquela crença de que tudo pode ser resolvido apenas com pensamento positivo. Vários coaches, gurus e terapeutas holísticos vendem soluções mágicas que, no fim, são prejudiciais à saúde mental, pois ignoram as oscilações naturais de emoções e sentimentos que todos enfrentamos, conforme as situações que vivemos.

Esse excesso de sucesso e positividade que a gente vê nas redes leva a comparações constantes, que muitas vezes fazem as pessoas se sentirem frustradas, ansiosas e insuficientes por não viverem o que parece ser a “vida ideal”. A pessoa se sente pressionada a atingir esse padrão inatingível, o que acaba gerando autocrítica e cansaço. O que antes era um espaço para se conectar e se expressar virou um palco de performance, onde cada detalhe da vida é medido e vendido.

Essa ideia de perfeição que as redes vendem é apenas um reflexo da lógica capitalista, que transformou até o bem-estar em um produto. Programas para aumentar a produtividade, dietas milagrosas, receitas para a felicidade… Tudo é oferecido como uma solução rápida. No entanto, a realidade é muito mais complexa, e essa busca incessante por uma versão “ideal” de nós mesmos pode trazer sérios problemas para a saúde mental, como transtornos de ansiedade, depressão e outras psicopatologias, que estão diretamente ligadas à esfera social.

Por isso, é importante questionar essa cultura da perfeição, que, claro, se estende além das redes sociais, mas que aqui ganha força com uma nova onda de “influencers” da vida real — só que não. Precisamos observar e nos afastar dessa lógica de positividade tóxica e produtividade incessante. Para manter uma relação mais saudável com as redes sociais e com nós mesmos, é essencial compreender que, embora as experiências possam ser individuais, o movimento é coletivo e a desigualdade social existe. Devemos valorizar o descanso, aceitar os momentos difíceis e lembrar que a vida real é imperfeita, às vezes bagunçada e cheia de oscilações. Isso é reconhecer nossa humanidade, em vez de nos perdermos na ilusão de alcançar uma perfeição irreal.

Quando as comparações surgirem, lembre-se: uma pessoa só parece perfeita, sem defeitos, até você realmente conhecê-la e conviver com ela. Agendar uma consulta com a psicóloga Keith

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