Qual a Relação Entre Psoríase e Saúde Mental?

Psoríase

Psoríase: o grito que não se gritou

“Ando tão à flor da pele
Meu desejo se confunde com a vontade de não ser
Ando tão à flor da pele
Que a minha pele tem o fogo do juízo final”
Zeca Baleiro

A relação entre corpo e mente é algo que há tempos já é notado pelas mais diversas
correntes do pensamento, sentenças famosas como: “mente sã, corpo são”, ou “a mente cala, o corpo fala” já enunciam isso. E nesse sentido são vários os processos de adoecimento, que
apesar de não podermos dispensar o cuidado médico, faz-se necessário o acompanhamento
psicológico como fator indispensável para a elaboração da sintomatologia e, mais importante
ainda, a compreensão dos fatores que se ocultam por traz daquele sintoma.

Doenças quem possuem, além de fator orgânico, um fundo psíquico e suas características

Nesse sentido, dentre as doenças que possuem, além de um fundo orgânico, um fundo
psíquico podemos destacar a psoríase, segundo a OMS essa é uma doença incurável, não
contagiosa, cuja causa ainda não fora definida, mas, como apontam os estudos, há correlação
entre o aumento do nível de elementos estressores e sua manifestação.

Ela se caracteriza pelo surgimento de lesões e inflamações na pele que causam coceira, ardor, sendo mais comum seu
surgimento em regiões de articulação.

 Quando não temos espaço para expressar exteriormente (de modo adaptado) o que internamente se acumulou, a pele “rompe”

Sabemos que a pele é o maior órgão do corpo humano e é por meio dela que se dá o
contato do meio interno para o meio externo e vice versa. É a pele que regula e controla o que
entra e o que sai, a temperatura. É por meio da pele que o contato de um abraço é sentido, que
o carinho se dá, que o afeto, da maneira mais primitiva, sempre fora expresso.

Na música de Zeca Baleiro é dito: “Ando tão à flor da pele / Meu desejo se confunde com a vontade de não ser
/ Ando tão à flor da pele / Que a minha pele tem o fogo do juízo final”.

Se formos realizar uma analogia a um balão, quando não se tem a percepção do quanto
esse balão suporta de ar no seu interior, quando se extrapola esse limite, o balão não tem recurso
para permitir uma liberação desse excesso de ar. E, como consequência, se rompe.

Assim também ocorre com nossos afetos: quando não temos espaço para expressar exteriormente (de
modo adaptado) o que internamente se acumulou, a pele “rompe”, a pele clama para que os
poros exalem aquilo que já não há espaço para existir sem ser manifestado.

O sintoma como possibilidade de cura

Gosto da perspectiva junguiana segundo a qual todo sintoma é uma possibilidade de
cura. Assim, podemos pensar psoríase como um convite para uma análise séria e profunda
daquilo que não tem espaço para ser manifestado. “A pele tem o fogo do juízo final” talvez seja
esse grito daquilo que internamente há muito já gritava, mas não podia ser visível e então, agora,
expresso nesse maior órgão do corpo e que se apresenta para o mundo externo tem o clama, e
reclama, por um olhar amplo.
Nesse sentido, o trabalho em conjunto da medicina, nesse caso mais precisamente da
dermatologia, e da psicologia ( Agende uma consulta com a psicóloga Gabriela Rosa ), dentro do processo psicoterapêutico, apontam para a possibilidade de se olhar o sintoma psoríase de um modo integral, estabelecendo um diálogo
que permite não apenas a eliminação desse, mas também a incorporação de novas
possibilidades de vida para que os afetos possam ser manifestados de modo adaptativo e
construtivo na vida do sujeito.

Todo o conteúdo é de responsabilidade da autora abaixo identificada

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