Depressão, como saber se tenho?

 

A depressão é um transtorno mental afetivo caracterizada por período longo ou constante de tristeza. Geralmente se apresenta acompanhada de sintomas negativos e incapacitantes para atividades diárias, como trabalhar, estudar, cuidar de si (banho, segurança, alimentação…) entre outras atividades antes executadas sem supervisão ou dificuldades.

A depressão ganhou nos últimos anos destaques em vários veículos de comunicação com o intuito de levar ao conhecimento do maior número de pessoas, que é comum passar por este quadro e que há tratamento com boas chances de melhora dos sintomas. Por ser considerada uma doença silenciosa, é comum que a depressão seja confundida com tristeza, por este motivo algumas pessoas não conseguem perceber, que há a necessidade de buscar ajuda com um profissional especializado em saúde mental. Falar com um especialista da Psicologia

Como diferenciar depressão de tristeza?

A tristeza geralmente ocorre como resposta emocional de curta duração, como ficar triste com uma cena de filme, ou por não conseguir a nota desejada, por ser rejeitada por alguém, por uma briga com uma pessoa amada, entre outros. Já a depressão se apresenta através de sinais mais marcantes de baixa energia, de desregulação de sono e de apetite, ganho ou perda de peso, irritabilidade, falta de foco, intensidade nas ideias pessimistas, apatia e em casos mais graves até o desejo de suicídio. Para casos emergenciais fale com o CVV

O que pode ser observado em uma pessoa com depressão?

Os sinais e sintomas podem variar entre as pessoas, assim como a intensidade do quadro. Geralmente pessoas em quadro de depressão tendem a se isolarem, a desmarcarem encontros que geralmente tinham prazer em comparecer. Algumas pessoas demonstram baixa de desejo por alimentos que antes ela gostava muito, diminuição da libido e queda na produtividade no trabalho e estudos.

Como buscar ajuda ou oferecer ajuda à uma pessoa querida?

O diagnóstico de depressão pode ser realizado por um profissional da psicologia ou da psiquiatria. O tratamento geralmente é através de medicamentos receitados pelo psiquiatra e terapia com um(a) psicólogo(a). Agende com um psicólogo aqui. O tempo de tratamento pode variar de acordo com a necessidade do paciente e a avaliação dos profissionais responsáveis pelo acompanhamento. Importante salientar que a interrupção do tratamento sem a autorização dos profissionais que acompanham o paciente, pode propiciar ao paciente recorrência do quadro.

Qual é o cenário da depressão no Brasil?

No Brasil a depressão já vinha crescendo exponencialmente nos últimos anos, de acordo com pesquisa realizada  pela Vital Strategies e  Universidade Federal de Pelotas (Dados da pesquisa aqui) segundo a pesquisa, entre o período pré-pandemia e o 1º trimestre de 2022, foi registrado um aumento de 41% no diagnóstico médico de depressão. Entre as mulheres houve aumento de 39,3%, e nas pessoas com maior escolaridade (12 anos ou mais de estudo), 53,8%. De acordo com a Associação Brasileira de Psiquiatria a depressão afeta em média um quarto da população, portanto 1 a cada 4 pessoas se não teve depressão, certamente será diagnosticado pelo menos 1 vez ao longo da vida.

Já para o Conselho Federal de Psicologia, afirma Rosane Granzotto do Conselho Federal de Psicologia, que a medicalização da vida e os fatores socioeconômicos e culturais interferem nas estatísticas sobre depressão. A apropriação do cotidiano pela medicina e a crescente demanda de produção e consumo transformam os indivíduos em mercadorias. Esta foi uma das conclusões apresentadas pela conselheira durante audiência pública em Brasília no ano de 2017, na Câmara dos Deputados. O tema do debate foi o Projeto de Lei 1938/15, de autoria do deputado Paulo Foletto (PSB-ES), que busca incluir, no calendário do governo brasileiro, a Semana Nacional de Luta e Conscientização sobre a Depressão.

Há alguns projetos de conscientização da depressão e que abrange a saúde mental como um todo. Temos Janeiro Branco, Setembro Amarelo e a Semana Nacional de Luta e Conscientização sobre a Depressão, que é celebrada anualmente na semana do dia 10 de outubro, que é o Dia Mundial da Saúde Mental.

Por que do aumento gigantesco dos diagnósticos de depressão pós pandemia?

A pandemia colocou toda a população em sobre aviso de risco de contaminação pelo vírus da Covid, de possibilidades de desemprego, de perda de entes queridos, de paralização de projetos que movem a vida das pessoas, de interrupção de atividades físicas e de isolamento social. Outros dois pontos importantes para se destacar neste cenário de diagnósticos de depressão, durante e pós pandemia:

1- A diminuição da renda dos brasileiros, consequência do fechamento de empresas que levou ao desemprego de muitas pessoas, neste sentido a alimentação ficou prejudicada e essa combinação de insegurança de trabalho com insegurança alimentar, impactou a saúde mental e física;

2- A sobrecarga de mulheres, que se viram sem escolas para os filhos, tendo que arcar com a entrega profissional, o cuidado integral dos filhos e casa e após este período lidaram com as dificuldades para voltarem ao trabalho fora de casa.

Prognóstico da depressão

Os quadros de depressão apresentam prognóstico positivo, quando tratados da forma correta. Deve ter atenção nas recidivas, que ficam em torno de 25% nos seis primeiros meses, de 30% a 50% nos primeiros dois anos e podem chegar a 75% em até 5 anos. A recidiva é observada menor em pacientes que seguem cuidando da saúde mental, mesmo após a ausência de sintomas.

A depressão inicialmente é o silenciamento da alma, mas ela pode ser também o grito de socorro, que com o acompanhamento adequado pode ser um impulsionamento para grandes mudanças na vida de uma pessoa.

Não desista, busque ajuda e não caminhe sozinha(o)!

 

 

 

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